“No Brasil cultuamos duas frustrações: a dos que têm poder, mas não têm competência para exercê-lo e a dos que têm competência, mas não têm poder”
Paulo de Tarso de Moraes Souza
Se me pedissem para resumir o
primeiro ano de governo do PSDB em Campos do Jordão em apenas uma frase
lançaria mão de um dito popular – “Por fora, bela viola. Por dentro, pão
bolorento!
Com décadas de atraso enfim o
marketing político chegou com força no alto da serra. Vendido como o mais
preparado e hábil político na nova geração nosso prefeito tem uma especial
facilidade em se relacionar com microfones e câmeras, adora entrevistas
coletivas e os flashes das câmeras fotográficas passando uma imagem a população
de competência e de profissional bem-sucedido.
Porem quando com a caneta nas mãos
a coisa aparentemente não anda conforme as bravatas de seus discursos.
Para se ter uma idéia das falácias
organizacionais dos tucanos jordanenses, as já famosas cortinas de fumaça
lançadas para desviar a atenção da população passando a imagem de uma
competência da qual não possuem temos agora o caso dos uniformes escolares.
No último dia sete de janeiro o
Tribunal de Contas do Estado acatou o pedido do Sr. José Eduardo Bello Visentin
apontando possíveis impropriedades no Pregão Presencial 56/2013 (aquisição de
uniformes escolares) e suspendeu o certame como segue:
“Sob tais condições, considerando que 08 de janeiro próximo é a data designada para entrega de envelopes, determino, com fundamento no § 2º do artigo 113 da Lei Federal nº 8666/93 e no Parágrafo Único, artigo 221 do Regimento Interno, a suspensão do Pregão Presencial 56/2013, comunicando-se a decisão à Prefeitura do Município de Campos do Jordão, na figura de seu Prefeito, Frederico Guidoni Escaranello”
Eu sei que a tropa de choque
governista revestida de toda a sua superioridade “campestre” mais do que
depressa irá contra-atacar com seu discurso rebuscado e politicamente correto
colocando uma tonelada de panos quentes dizendo que este não é mais do que um
corriqueiro contratempo a que todas as administrações públicas do mundo estão
expostas.
Mas a verdade é que a
capacidade da administração ou melhor a falta dela fica bem evidente na
preocupação manifestada pelo Conselheiro do Tribunal na acolhida do pedido de
suspensão do certame licitatório estranhando a exigência de que as empresas
inscritas se enquadrem em normas internacionais manifestadamente sem o menos
poder dentro do território nacional.
(...)Preocupam, a princípio, as condições fixadas para adesão de consórcios, a submissão dos licitantes a normas de qualidade editadas por organismos estrangeiros (ASTM International e AATCC - American Association of Textile Chemists and Colorists)(...)
Um fato que passa por despercebido
pelos leigos, mas que denota uma possível ingerência pontual por parte da
prefeitura na tentativa de desabilitar determinadas empresas a participarem da
licitação.
Enquanto a elegante
exigência bem ao estilo tucano de ser da prefeitura local para que empresas
nacionais se adéquem as exigências regulamentares e normativas de órgãos
estrangeiros é questionada pelo Tribunal de Contas do Estado nossas crianças correm
um sério risco de não terem seus uniformes licitados a tempo de ser entregues
antes da Copa.
Durma-se com um barulho e
com uma competência destas!