Pretta
Criada em Julho de 84 através da Lei Estadual 4.105/84 a APA (Área de Preservação Ambiental) engloba tanto a região rural quanto a urbana da cidade de Campos do Jordão, ou seja, todo o seu território.
E como todas as demais Leis esta também não saiu do papel, pelo menos e para variar no que diz respeito aos detentores do poder econômico.
Desde que o saudoso Governador Franco Montoro sancionou esta Lei Campos do Jordão vem sendo alvo de inúmeros crimes ambientais, e alguns de alta relevância a ponto de serem conhecidos a nível nacional, mas que até os dias de hoje estão impunes.
Os crimes vão desde a ocupação irregular da área hoje já desocupada, mas ainda degradada da Cachoeirinha, passando pelos empreendimentos de luxo Surya Pan e Blue Mountain até a devastação do único parque da região de Vila Abernessia o Parque dos Cedros.
O que mais assusta nestes processos todos são os inúmeros recursos oferecidos pela justiça para que estes depredadores da fauna e da flora protegidos por lei para se defenderem e como se nada, absolutamente nada estivesse acontecendo continuarem a sua voluptuosa devastação.
O que estamos vendo hoje no processo de derrubada de inúmeras arvores centenárias no Parque dos Cedros ao arrepio das Leis Ambientais vigentes no Brasil, no Estado e no Município, demonstra como as Promotorias Ambientais são lentas e o quanto as suas determinações são frágeis perante o poderio financeiro e político de determinados empresários e entidades.
A noticia de que em um desrespeito as ordens judiciais os entulhos da desapropriação e posterior demolição das casas da Cachoeirinha que ao invés de serem retiradas e a área recuperada simplesmente os entulhos estão sendo cobertos por terra o que inevitavelmente contaminará a área que deveria por determinação judicial ser limpa e não soterrada, demonstra a quantas os despachos judiciais nesta cidade são levados a sério pela administração.
Tais acontecimentos somente nos dão a certeza que a justiça quando chegar ao Parque dos Cedros para variar e para confirmar a escrita chegara tarde.
Eu reclamo de mais? Não! Eu não reclamo de mais... Apenas o meu nível de exigência que é maior do que o seu.
E como dizia o mestre Raul Seixas: “Atenção, eu sou a mosca. A grande mosca. A mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zum-zum-zumbizar. Observando e abusando. Olha do outro lado agora. Eu to sempre junto de você. Água mole pedra dura. Tanto bate até que fura. Quem, quem é? A mosca meu irmão!”