Tanto a verdade como o poder, não são revelados através de atos apoteóticos, mas nos pequenos detalhes.
Sabendo disso, é incrível como alguns atos oficiais passam completamente despercebidos aos olhos da maioria da população.
Atos que sutilmente provam nas mãos de quem realmente se encontra o tão almejado poder.
Pessoas que aos olhos da maioria são invisíveis, mas que quando é necessário sabem como fazer a sua vontade prevalecer, sabem como exercer o seu poder na medida e na hora certa. Tem sempre um “zap” na manga.
Enquanto outras, que se julgam autoridades e que jactam poder por todos os porros, não conseguem impor respeito nem mesmo dentro de seu “quintal”, não passam de leões de papel. Fanfarrões profissionais.
Quando um ato público, oficial e de direito monocrático é anulado, apenas 130 dias depois de sua publicação, das duas, uma: ou o primeiro ato foi tomado de forma aloprada, sem um mínimo de cuidado o que denota imaturidade e incompetência, ou a primeira decisão era a correta e a sua anulação prova que quem a tomou não teve força ou coragem o suficiente para sustentar sua decisão, o que demonstra fraqueza e subserviência. Resumindo... “Rabo preso”!
É incrível como tudo que é de responsabilidade da administração pública na cidade acaba se tornando uma enorme dor de cabeça para a população e por cosequencia aos turistas.
E uma destas dores de cabeça que parecem não ter solução é o transito.
Com topografia complicada e com crescimento desordenado e sem nenhum planejamento, as duas únicas avenidas que cortam o eixo central da cidade não apresentam mais condições de absorver o numero de automóveis da cidade, menos ainda para receber os milhares que sobem a serra nos finais de semana, feriados e temporada.
Os fatores agravantes são incontáveis, já as soluções... Praticamente nenhuma!
Avenidas principais com sinalização arcaica, vicinais e paralelas sem nenhum tipo de sinalização e em péssimo estado de conservação impedindo o escoamento de veículos das vias principais.
Construções irregulares que avançam sobre as calçadas, jogando pedestres e ciclistas nas ruas.
Terceira pista inexplicavelmente inacabada até hoje.
Blitz policiais em horários de pico prejudicando ainda mais o fluxo do tráfego nas vias principais.
Falta de um polo receptivo para absorver os ônibus de excursão na entrada da cidade.
Transporte público ineficiente e incapaz de interligar todos os bairros e pontos turísticos da cidade.
Reurbanização irresponsável, desrespeitando o Plano Diretor e suprimindo vagas de estacionamento com a construção de calçadões, estrangulando ainda mais o tráfego de veículos no centro de Capivari.
Agentes de transito despreparados, em número reduzido e mal posicionados nas vias centrais em dias e horários de transito intenso.
Todos estes fatores aliados à facilidade econômica de se adquirir um veiculo, seja ele carro ou moto, transformaram o transito da cidade em um caos.
Mas o maior problema do transito de Campos do Jordão não são nenhum dos muitos acima mencionados; O maior problema do transito na cidade é que a chefia da organização e do controle do trafego na cidade nunca foi entregue a um conhecedor, mas sempre para um curioso.
Estes são somente alguns dos inúmeros problemas que transformaram o transito de Campos do Jordão em uma grande dor de cabeça e que por tabela também acabam contribuindo para o alto índice de acidentes registrados na cidade, muitos deles com vítimas fatais.
Não existe “mágica” para resolver este problema a curto e em médio prazo, a não ser medidas radicais, porém paliativas - como é o caso da implantação de restrições de mobilidade aos motoristas - como já acontece na capital com o sistema de rodízio de placas.
Enquanto o poder público não encarar o trânsito como um problema real a ser enfrentado, tão real que ceifa vidas, mas apenas como mais um ambiente disponível para acomodar os paletós dos amigos dos amigos, a coisa tende somente a piorar.
Subversivo é todo aquele que pretende mudar o mundo destruindo conceitos, quebrando paradigmas transformando a ordem política, social e econômica estabelecida.