Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Geração floco de neve. - Jornaleco

Quando eu era pequeno, lá na Vila Britânia, umas das coisas que eu mais queria era chegar logo nos anos 2000.

Achava que tudo seria diferente no novo século, no novo milênio. Ledo engano! Como se fosse uma espécie de maldição lançada por alguma bruxa, abandonada no altar pelo príncipe encantado, o atraso social cresceu vertiginosamente mais do que os avanços tecnológicos.

O ar está irrespirável, pesado e os poucos espaços restantes com ar puro está preenchido por uma ansiedade fora do comum e coalhado de constrangimentos, hoje tudo faz mal para a saúde, engorda ou é imoral.

Viver se tornou um sofrimento, uma agressão as minorias ou uma submissão a maioria.

Nada mais dá prazer pelos simples fato de ser.

Percebi que criamos uma geração de jovens bitolados, mimados, caretas, petulantes, rabugentos, reacionários e vitimistas, completamente sem sal e sem açúcar... Aguados! Uma geração que não tem tesão em nada, por nada e por ninguém. Uma geração que jogou no lixo uma liberdade nunca antes experimentada por nenhuma outra geração na história da humanidade. Gente atrasada a ponto de querer moralizar a anarquia estabelecendo limites para garantir que nada ou ninguém contrarie a sua concepção de certo ou errado.

Essa gente “inteligente” precisa saber de uma vez por todas que se elas não são obrigadas a nada, os outros também não são. Isso é diversidade, isso é respeito, isso é democracia.

Descobri que era feliz e não sabia! Descobri que viver no passado era mais leve e quem viveu intensamente as últimas três décadas do século passado sabe muito bem do que estou falando.

No passado as coisas fluíam com mais naturalidade, ninguém se importava com o que a sociedade ou os outros pensavam, as pessoas apenas curtiam o momento. Viviam e deixavam os outros viverem intensamente.

No século passado a Xuxa apresentava um programa infantil com menos roupa que rainha de bateria sem se preocupar em ter sua vida devassada pela patrulha do politicamente correto, as músicas que faziam mais sucesso nas danceterias nos anos 90 eram de bandas gays e ninguém estava nem aí, até o Bozo curtia seu “padê” sem se preocupar em ter sua vida desmantelada pela milícia dos moralistas de redes sociais.

Descobri que produzimos um número absurdo de pessoas que estão passando pela vida sem o prazer de vivê-la.

Descobri que a melhor coisa que me aconteceu neste século novo foi ter passado a infância e a juventude no velho.

Crianças... Vivam a vida! Beijem na boca, dancem, reúnam os amigos para ouvir música, para conversar sobre tudo e principalmente sobre nada, não sejam tão recalcados e opressivos com sigo mesmos, saboreiem a vida e riam dela, pois mais tarde naturalmente quase nada mais terá muita graça.