Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Pico da desigualdade.

Se me pedissem para resumir os problemas envolvendo a Cachoeirinha, Pico do Itapeva e a Biquinha eu usaria somente uma frase: Em casa que não tem pão todos gritam, mas ninguém tem razão!

Todas as partes envolvidas nestes dilemas têm a sua parcela de acerto bem como toda a responsabilidade pelos erros.

Os moradores e comerciantes tinham ciência da ocupação irregular e tiveram tempo suficiente para regularizar a situação ou se articularem para pleitear junto ao poder público uma alternativa de moradia e de negócios, mas aparentemente preferiram dar crédito às promessas politicas e apostar na impunidade comum no país, se deram mal.

O judiciário por sua vez peca por dar brechas demais para quem possui poder financeiro arrastar seus processos indefinitivamente até que caia no esquecimento ou na mão de um julgador que acolha os argumentos de seus advogados como é o caso do resort de luxo que apesar de estar em área própria também cometeu o mesmo delito ambiental dos demais, mas esta levando sua lide até o mais alto tribunal do país.

E esta situação acaba por deixar um gosto amargo de impunidade na boca de quem teve casa ou o ganha pão destruído nestas desapropriações.

O legislativo da cidade como sempre é caso a parte; age como se o problema estivesse acontecendo em algum lugar distante, quase que de mentirinha...

O executivo não deu a devida atenção aos problemas e também apostou na lentidão do judiciário para empurrar o problema para a outra gestão. Em todas as administrações passadas esta estratégia deu certo, mas nesta! Que azar... A corda arrebentou!

Por outro lado ninguém escolhe morar em área de risco, de preservação ou invadida, são consequências das mazelas seculares de um país que ainda tem uma cultura feudal onde os mais ricos possuem muito e os mais pobres absolutamente nada.

Na sua razão o judiciário não pode fazer vistas grossas as ocupações e as construções irregulares que atingem desordenadamente o meio ambiente independente do poder econômico de seu ocupante, pois do contrário seria a institucionalizando da baderna oficialização a tese das leis que pegam e das leis que não pegão.

Quanto ao legislativo! Quem se faz de morto diante de um problema social desta magnitude não tem desculpa. Continua errando em todos os aspectos.

O executivo por sua vez não tem muito a fazer nestas situações tendo em vista que a tomada de decisão de remoção e demolição dos imóveis é jurídica e não administrativa e a área de sedução de nosso prefeito não abrange os corações e mentes do judiciário de Campos do Jordão e menos ainda da vizinha Pindamonhangaba.

A lamentar mesmo é o uso politico de um desastre sócio/econômico para obter ganhos eleitorais com promessas que sabidamente não podem nem de longe ser cumpridas.

No atual descompasso que vivem os três poderes com a sociedade perderam como sempre os mais fracos.

QI - Jordanense

Se a primeira impressão é a que fica, a ONG ACCB recém-contratada pela prefeitura para administrar a área da saúde em Campos do Jordão literalmente não tem dado sorte na cidade e vem deixando muita gente descontente.

Processos seletivos mal organizados com editais incompreensíveis realizados pela ONG na cidade estão causando indignação generalizada.

As reclamações que começaram tímidas rapidamente cresceram e se estenderam a maior rede de relacionamentos da internet gerando um tsunami de protestos logo após o inicio da segunda fase do primeiro processo seletivo.

As falhas apontadas são tão evidentes e a gritaria tão grande que até no recinto menos provável - a Câmara Municipal - o barulho se tornou ensurdecedor...

Prova de que o discurso entre o legislativo e o executivo não esta tão afinado quanto querem que a população acredite foi a surpreendente manifestação publicada no Facebook pelo próprio líder do governo tucano na Câmara colocando em xeque os critérios utilizadas pela ONG na realização de seu processo seletivo.

Segundo o vereador tucano Orlando Sergio Souza Fernandes o Orlando da Colônia explicações e providências já foram solicitadas ao Gabinete do Prefeito a respeito do assunto que também segundo ele seria debatido em reunião com seus pares.
Embora não seja um concurso público que tem por fim preencher cargos públicos de provimento efetivos que passados o período de estágio probatório, o servidor concursado é efetivado, mas sim de um processo seletivo que tem por finalidade atender necessidades temporárias e excepcionais da Administração direta e indireta ensejando sempre uma contratação de caráter temporário seus procedimentos de organização devem levar em conta os mesmos princípios constitucionais de legalidade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficiência de um concurso público.

Objetivamente o estrago já foi feito e mesmo que as duvidas levantados pelos participantes sejam esclarecidas e as falhas apontadas nos editais venham a ser sanadas, a saia justa entre o legislativo e o executivo causada pelo acontecimento mancha de forma irreversível todo o processo seletivo e coloca em duvida a real capacidade dos aprovados que irão compor o quadro de servidores da ONG na cidade.

Para os envolvidos em mais este imbróglio fica a dica que quando se trata de coisa pública não basta às instituições serem honestas, elas tem de parecer honestas.