Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A escolha de Dilma. - A Tribuna

Com cinco denúncias oficiais feitas pelo Ministério Público Federal (MPF), e aceitas tanto pelo Juiz Sérgio Moro quanto pelo Juiz do Distrito Federal Ricardo Augusto Soares Leite, Lula vê seu futuro político ruir e a possibilidade de sua prisão se tornar uma realidade.

A cada delação dos executivos da Odebrecht as provas vão aparecendo e se acumulando, mas claramente a “cereja do bolo” ou a “cabeça de Lula”, será servida pelo “capo di tutti capi” da empresa, Marcelo Bahia Odebrecht.

Assim como seu criador, a criatura Dilma a cada dia também se vê em maus lençóis.

Iludida pelo pensamento de pertencer a uma frente mundial contra o imperialismo americano, e por conta disso ainda ter a simpatia de inimigos históricos dos Yankees, o “postinho de tailleur”, eleita presidente por duas vezes saiu de sua toca e se propôs a dar uma entrevista a Al Jazeera, a “CNN do mundo árabe”, e encontrou o Jornalista Mehdi Hasan para o que seria na sua simplória opinião mais uma entrevista “água com açúcar”, e que o entrevistador “árabe” seria tão ou mais condescendente que sua defensora brasileira de todas as horas, Cristina Lobo.

Mais uma vez se mostrou ingênua e má assessorada. Apesar do nome, de ser muçulmano e de trabalhar em uma TV do mundo árabe, Mehdi Hasam é inglês, e tem como marca registrada de seu programa UpFront que é feito em Washington, D.C, emparedar seus entrevistados. Se a presidente não sabia, sua assessoria tinha o dever de saber. Foi assim com FHC, e seria da mesma forma com ela – a única diferença foi que FHC não precisou de tradutor, e debateu no mesmo nível com Mehdi Hasam ao vivo.

O ápice do inferno astral que persegue Dilma até os dias de hoje se deu quando Mehdi pergunta: “Alguns dizem que ou você sabia o que estava acontecendo, o que a tornaria cúmplice, ou não sabia de nada, o que te faria uma incompetente, qual das duas versões era a correta?”.

Cambaleante como se tivesse levado um cruzado na ponta do queixo à sempre atrapalhada presidente eleva o tom de voz, gesticula freneticamente e responde: “Meu querido, esta é o tipo da escolha de Sofia, que eu não entro nela...”.

Pois é... Para quem não sabe, a escolha de Sofia é um livro que relata o drama de uma mãe polonesa capturada pelas tropas nazistas e que é forçada a escolher um dos dois filhos para morrer – um seguiria para a câmara de gás e o outro seria poupado – caso se negasse a fazer a escolha, os dois morreriam.

Apesar de parecer mais uma das “viagens” da presidente, desta vez sua explicação foi coerente e correta. Defrontada com esta questão, realmente ela se tratava de uma “escolha de Sofia”, pois tanto a conivência quanto a incompetência são “filhos legítimos” da agora graças a Deus ex-presidente.

Somente para fechar o complexo pensamento da presidenta: No livro, Sofia faz sua escolha, manda sua filha menor a câmara de gás e nunca mais tem notícias de seu filho mais velho. Consumida e atormentada pelas lembranças e pela decisão tomada Sofia se mata.