Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O dia em que o Brasil parou - A Tribuna

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Rui Barbosa.

Esta célebre frase foi cunhada em um inflamado discurso no Plenário do Senado Federal no inicio do século passado. Se Rui Barbosa ainda estivesse vivo com certeza se arrepiaria com a sua profecia.

Infelizmente chegamos neste dia. O brasileiro esta mostrando ser um povo incapaz de sentir o cheiro podre que exala de sua omissão vergonhosa e covarde.

O mal que a eleição de um analfabeto ignorante e de sua criatura fez a nação foi além das fronteiras políticas, avançou sobre a educação, infectou nosso caráter e agora faz galhofa de nossa honestidade.

Os últimos acontecimentos políticos envolvendo o presidente da câmara dos deputados e a presidente da república mostram o quanto esta gente esta atolada na lama da corrupção e da bandidagem.

Paralelo a este escândalo correm os estafetas profissionais, que interessados somente em capitalizar com a tragédia moral que arrasa o país, se vangloriam de um lado e de outro por algo que deveriam apenas ter vergonha.

Tanto o PT da moribunda Dilma, quanto o PMDB do morto vivo Eduardo Cunha se mostram incapazes de conduzir um país que agoniza.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar não é mesmo? Se conseguirmos nos livrar deste câncer politico que dominou o país por 13 longos anos, provavelmente cairemos nas teias do PSDB, que também já nos provou que não tem as mãos limpas.

Nos resta então a tal terceira via. Hoje composta por radicais alucinados travestidos de ativistas sociais. Que Deus tenha piedade do povo brasileiro. 

Caso Santa Casa tem nova reviravolta.

Nem mesmo o mais criativo escritor de novelas mexicanas conseguiria imaginar uma trama com tantas reviravoltas e suspense quanto a historia recente da Santa Casa de Campos do Jordão.

Centro de uma interminável guerra de egos envolvendo curadores e políticos, permeada por várias administrações temerárias que se arrastaram por décadas, levando a entidade a um colapso falimentar e posterior fechamento em 2005, a Santa Casa volta a ter destaque negativo na cidade dez anos depois.

Levada a leilão judicial para pagamento de sua milionária divida trabalhista, a mesma teria enfim achado em junho de 2015 um comprador que se comprometeu a pagar os 2,5 milhões de reais propostos pela Justiça do Trabalho para a aquisição do imóvel.

O que aparentava ser o fim de um enorme problema e o inicio de uma nova fase, se tornou apenas em mais um capítulo obscuro de uma historia ainda muito mal contada e que parece estar longe de seu fim.

O comprador por motivos ainda não confirmados deixou de cumprir a sua parte no acordo e não efetuou até hoje o pagamento dos 2,5 milhões de reais, mesmo após a justiça ter lhe concedido sucessivas prorrogações de prazo para tanto.

Sem ter recebido o pagamento, o juiz trabalhista não teve alternativa a não ser a de aplicar ao proponente comprador identificado nos autos como Toshio Yamaguchi, a multa prevista em Lei de 10% sobre o valor total da compra, cerca de R$ 250.000,00.

Após ter postergado inúmeras vezes a data para o pagamento, sem ter alcançado sucesso, no dia 20 de novembro deste ano, a Justiça do Trabalho tornou indisponível os bens imóveis do pretenso comprador para garantir se não o pagamento integral da alienação, pelo menos, o pagamento da multa de R$ 250.000,00 que lhe será aplicada caso realmente não consiga concretizar o pagamento.

Porem informações extraoficiais dão conta que o comprador em momento algum se arrependeu da compra, ou se recusou a efetuar o pagamento, alegando em síntese estar enfrentando varias dificuldades burocráticas para efetuar a transferência dos valores a Justiça do Trabalho tendo em vista que a fonte de sua receita se encontra fora do país.

Diante de mais este impasse envolvendo a Santa Casa, e com as supostas justificativas do comprador em estar passando por problemas apenas burocráticos e não financeiros para efetivar em definitivo a compra do imóvel penhorado, o juiz achou por bem conceder mais um prazo, que deve se extinguir no primeiro dia do próximo ano, para que o comprador honre o seu compromisso junto a Justiça Trabalhista depositando o valor acordado, cancelando a multa e dando definitivamente fim a mais este capítulo triste na historia da Santa Casa.

Para os funcionários que tinham por certo o pagamento de seus direitos, para a justiça que via próximo o fim de um longo processo, para o comprador que pode ser no final desta historia penalizado a pagar uma pequena fortuna caso não consiga cumprir o acordo de compra e para a população que além de se ver desamparada com o fechamento da Santa Casa acompanha desde o inicio a sua agonia, esta expectativa deixa no ar um suspense insuportável e a nítida sensação que algo de muito negativo pode existir naquele local – levando o desenrolar desta historia ao patamar de lenda urbana.