Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Um partido para chamar de seu - A Tribuna

Hoje a fauna politica brasileira conta com nada menos do que 35 espécies e subespécies de partidos oficialmente registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo eles, são 35 “diferentes” maneiras (ideologias) de se ver a democracia. E ainda temos quase uma dezena de outros grupos recolhendo assinaturas para oficializar seus partidos ideologicamente diferenciados, entre eles o PNC (Partido Nacional Corinthiano).

Esta falsa ideia de liberdade se transformou rapidamente em uma incontrolável orgia doutrinária, e alcançou seu ápice quando a REDE Sustentabilidade, um dos mais novos partidos a conquistar seu registro junto ao TSE, conseguiu a proeza de ter uma cisão “ideológica” em suas fileiras antes mesmo de alcançar seu registro oficial, o que prova que no Brasil a ideologia se tornou apenas uma desculpa conveniente para a fabricação de um novo partido justificando assim o seu acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda de radio e TV.

Jocosamente a desculpa dos criadores destas messiânicas siglas são as mesmas dos criadores das antigas: “Não se identificam ideologicamente com os velhos partidos e por tanto, não querem se misturar a maneira antiga (fisiológica) de fazer politica no país”.

Essa gaiolinha mental onde prosperam os discursos dos novos e polivalentes ativistas políticos, sociais e ambientais, nova moda entre os jovens descolados do Brasil, ao contrário do que imaginam, não contribui para o desenvolvimento da politica no país, tendo em vista que suas receitas milagrosas caem por terra logo na primeira disputa eleitoral que participam, pelo simples fato que apesar de serem criados com a desculpa de não se misturarem, não se acanham em construírem alianças esdrúxulas para alcançarem seus objetivos de tomada do poder.

Esta pulverização da democracia pode aparentar liberdade, mas no fundo não passa de pura libertinagem, na medida em que se um grupo de pessoas não possuem os argumentos e o poder necessários para mudar seu próprio partido como julgam ter argumentos suficientes para mudar um país inteiro?

Na verdade existem somente duas certezas na politica tupiniquim:

A primeira é que na luta pela conquista do voto dos sempre distraídos eleitores brasileiros sempre vale tudo!

E a segunda é que os componentes desta esquizofrênica sopa de letrinhas ideológicas sempre estarão juntos e misturados. Afinal o canto da sereia hipnotiza somente os que olham para o mar com arrogância e ambição.

Os reflexos desta proliferação criminosa de partidos, aliada as novas regras eleitorais instituídas pela minirreforma eleitoral recentemente sancionada, logo poderão ser sentidos em Campos do Jordão.

Estes novos “idealistas” fabricantes de ilusões deram novo folego para os políticos que por vários motivos perderam espaço em suas antigas agremiações partidárias, e criaram o ambiente perfeito para que novos interessados em investir no ramo da politica entrem com força nas negociações partidárias que se encontram em andamento, comprovando o que foi dito por um dos Ministros do STF recentemente: “Essa gente diferenciada, distintamente do que pregam querem somente um partido para chamar de seu”.