Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Coluna Caricatura Escrita - Jornal O Povo.

Parem o mundo que eu quero descer!

Nunca me importei de ser o único a apontar a nudez do rei e nunca dei ou dou ouvidos aos deslumbrados do poder momentâneo e menos ainda costumo bater tambor para maluco dançar, mas depois de décadas bancando o inocente útil da sociedade e de mais de cinco tentando estimular o debate político na cidade fora das campanhas em meu Blog, confesso que cansei.

Não tem corneteiro por mais persistente que seja que aguente cornetar ad eternum um país como o Brasil contemporâneo.

É muita desafinação para uma corneta só!

Nunca é tempo demais e dizer que desta água nunca mais beberei também não é a expressão da verdade, por outro lado creio que mereço um descanso; E se não mereço vou tê-lo mesmo assim.

A gota d’água, a pá de cal o último suspiro foi no último dia 18, se o nariz vermelho ainda não foi distribuído ao respeitável público pelo supremo é certo que a lona e o picadeiro do circo já foram devida e tecnicamente montados.

Que a política lulopetista instalada em terra brasílis aparelhou a máquina pública a ponto de expor ao mais completo ridículo instituições seculares de nosso país como os Correios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil todos já sabíamos e que era somente uma questão de tempo para que este aparelhamento se estendesse ao legislativo idem.

Mas certificar-se que os tentáculos do molusco vermelho também alcançaram a mais alta corte de justiça deste país jogando por terra todas as esperanças de uma nação inteira para livrar a cara de somente um cidadão já condenado, diga-se de passagem, me parece motivo mais do que suficiente para abandonar por hora a utopia de um dia viver em um país sério.

Admito que ter provas cabais da subserviência da magistratura nacional aos partidos políticos em alta escala foi sem dúvida o último prego no caixão do corneteiro.

Depois do voto do Eminente Ministro do STF Celso de Mello, acolhendo os embargos infringentes e dando sobrevida aos quadrilheiros apenados do mensalão me tornei apenas uma cobra que perdeu o veneno, e nada mais.

O que estava em julgamento nesta sessão não era apenas a tecnicidade do regimento interno do STF ou a avaliação fria e isonômica das leis e sim o conjunto de valores morais, éticos e sociais de todo o povo brasileiro.

Não estávamos atrás do respeito alheio, mas de respeito próprio, atrás da certeza que a suposta democracia construída até hoje assim como a anistia que a instituiu era ampla geral e irrestrita – Perdemos todos. Mas perdeu principalmente o povo que por mais uma vez se vê encurralado entre se submeter bovinamente a uma “paz” que nunca teve ou insurgir-se contra o estado, atitude que ninguém quer, mas que aos poucos esta se tornando a única saída para restabelecer senão a democracia em sua essência pelo menos nosso orgulho.

Enfim! Se Shakespeare já dizia a mais de quatrocentos anos que todos são homens honrados no funeral de César quem sou eu para dizer o contrário hoje?

Vou recolher-me a minha insignificância como cidadão comum e dar mais atenção a assuntos que podem até ser menos importantes, mas que com certeza neste momento são tratados com mais seriedade e responsabilidade por seus participes.

Vou dar mais valor ao seriíssimo e organizado DDTank do meu caçula e ao CALL OF DUTY do mais velho.

Vou gastar meu tempo em longos debates com minha esposa para montarmos o cardápio dos almoços da família aos domingos.

Volto a me dedicar às resenhas esportivas e ao meu São Paulo que mesmo passando por sua pior crise esta longe de me decepcionar como os homens públicos deste país.

Não é uma despedida e sim uma retirada estratégica para desopilar o fígado.


E é sempre bom lembrar que nada acontece por acaso, por isso cada povo tem o governo que merece.