Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Um, dois e contando...

Á imprensa cabe vigiar o Estado e nunca o contrário. 



Praticar o jornalismo e publicar um jornal em cidade pequena sempre foi e ainda é um exercício de sabedoria e malemolência que somente o brasileiro tem o dom de fazer. 



Sem recursos financeiros a grande fonte de renda sempre acaba sendo a prefeitura ou a câmara que publicam não por amizade ou incentivo a cultura, informação e a democracia e sim por força de lei todos os atos de suas administrações. 


Assim o maior anunciante que mesmo contrariado tem de fazê-lo acaba usando esta condição para ditar as regras editoriais que cada veiculo de comunicação deve ter dentro da cidade. 

Sabedores desta condição de sensores travestidos de anunciantes que os políticos têm os responsáveis por estes jornais se antecipam e não fazem a mínima questão de veicular noticias que podem de alguma maneira desagradar a tão importantes figuras de nosso meio político e social. 

Pois bem... Como O Corneteiro não está nem ai para os acordos sociais, políticas e jornalísticos tramados nos corredores e porões de tão imaculadas instituições vamos dar publicidade a mais um mau feito como gosta de dizer nossa Presidentuça de nossa atual prefeita e de sua corte de aspones. 

Vamos aos fatos: 

Em 2010 um munícipe deu entrada na promotoria local com uma ação popular onde em suma pedia a anulação das nomeações dos agentes de transito da cidade bem como a anulação de todos os seus atos. 

Denuncia acolhida pela promotoria o processo foi julgado em junho de 2011 onde o juízo local achou por bem extinguir o processo nos seguintes termos: 

“Diante do exposto, JULGO EXTINTO o processo (autos n. 003/2010), sem resolução do mérito, em relação aos réus Wagner Sant’Anna e Ademir Antônio dos Santos, com fundamento no art. 267, inciso IV, do Código de Processo Civil, e, em relação ao Município de Campos do Jordão e Ana Cristina Machado César, com fundamento no art. 267, inciso VI, do Código de Processo Civil. As partes arcarão com as custas e despesas que despenderam, bem como com os honorários de seus respectivos advogados. Ao reexame necessário. P.R.I.C. Campos do Jordão, 2 de junho de 2011. Paulo de Tarso Bilard de Carvalho Juiz de Direito” (integra aqui). 

Inconformado com a sentença que determinava a extinção do processo o Ministério Público recorreu da sentença em segunda instancia onde neste ultimo dia 16 de abril em uma decisão se não histórica pelo menos constrangedora ao juízo local determina a anulação da sentença por entender que... 

“No caso dos autos, o autor busca através de ação popular, o controle da moralidade dos atos administrativos, na defesa do patrimônio público, pois a caracterização do desvio de função apontada resulta em evidente dano ao erário público, principalmente, tendo em vista a alegação de que os Agentes de Fiscalização estariam recebendo os seus vencimentos sem a prestação de seus serviços. Ademais, o deslocamento de guardas municipais, sem necessidade, para o exercício de função a eles não atribuídas por força do edital do concurso que os vincula, é ilegal e deve ser devidamente apurado. Sendo certo, que o objeto da presente ação norteia se em pedido de nulidade de ato administrativo, que atenta contra a moralidade administrativa e causa dano ao erário público, de rigor o afastamento da carência da ação decretada em primeira instância” (integra aqui). 

Desta maneira tanto funcionários públicos quanto os guardas municipais nomeados através de decreto agentes de transito em Campos do Jordão estão sub judice e seus atos também, o que pode no final do processo averiguadas as irregularidades causar um tsunami de processos de indenização por danos morais e financeiros tendo em vista que todas as autuações por estes agentes anotadas podem ser anuladas. Junte-se esta com a condenação da gasolina da gestão Lélio Gomes e já temos duas condenações por órgão colegiado de improbidade administrativa de nossa prefeita. Preenchendo todos os requisitos básicos de inelegibilidade constantes na Lei Ficha Limpa. 

Com mais esta derrota acachapante em segunda instancia nossa cidade segue a deriva com grande possibilidade de adernar de uma hora para outra como o mega transatlântico de luxo Costa Concórdia que também tinha em sua torre de comando um Comandante que como aqui não tinha lá muito esmero em suas condutas. 

E cá como lá o povo grita ao seu comandante... Vada a borbo cazzo!!!!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Chef Seattle

Pronunciamento do Cacique Seattle. 



"Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? 
Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los?” 
Cacique Seattle 


Em 1854, o presidente dos Estados Unidos propôs comprar uma grande área de terra dos índios peles-vermelhas, prometendo uma reserva para que nela eles pudessem viver. A resposta do Cacique Seattle é tida como uma profunda declaração de amor ao Meio Ambiente, brotada do coração puro e simples de um índio cheio de reconhecimento à Natureza por tudo de bom que ela dá ao homem. Eis a resposta: 

A "CARTA" DO CACIQUE SEATTLE. 

Introdução: o cenário histórico. 

A equipe de Floresta Brasil fez uma pesquisa sobre a história da carta que o cacique Seattle teria mandado ao presidente norte-americano Franklin Pierce, em 1854, em resposta à proposta deste último de comprar terras que até então tinham “pertencido” à sua tribo. 

Antes de continuarmos, parece oportuno observar que a palavra “chief”, da língua inglesa, tem como correspondente na língua portuguesa a palavra “cacique”. Assim, se estivermos falando português, parece mais adequado nos referirmos à personalidade que teria escrito a carta como “cacique Seattle”, e não "chefe Seattle". 

Um outro aspecto que resultou de nosso estudo é que descobrimos, para nossa surpresa, que é possível encontrar várias versões dessa "carta". O que imediatamente traz a dúvida: Qual das versões seria a “carta” verdadeira? Pois bem, continuando a pesquisa, descobrimos que muito provavelmente o cacique Seattle jamais escreveu carta alguma com o conteúdo que lhe é atribuído, ao presidente Franklin Pierce. 
O que terá acontecido então? 

Pois bem: segundo as fontes que pesquisamos, os índios Duwamish habitavam a região onde atualmente se encontra o estado de Washington - no extremo Noroeste dos Estados Unidos, fazendo divisa com o Canadá. E a famosa "carta" parece ter sido, na verdade, um texto publicado em um jornal local baseado na inspirada reflexão que o cacique Seattle fez para sua tribo, reunida naquele deslumbrante cenário natural, sobre as relações do homem com a Natureza, em resposta à proposta presidencial, de compra de terra, trazida pessoalmente pelo recém-chegado encarregado de assuntos indígenas do governo norte-americano. 

O primeiro registro conhecido sobre a fala do cacique Seattle parece ser um artigo publicado pelo Dr. Henry Smith, no Jornal Seattle Sunday Star, em 1887. O Dr.Smith teria estado presente quando do pronunciamento do Grande Cacique, tendo o texto do artigo se baseado nas anotações que seu autor teria feito na ocasião do discurso. 

Para uma melhor compreensão do discurso em si um discurso cujo conteúdo e cujas palavras ainda hoje, passado mais de um século, soam tão sábias e profundas - resolvemos oferecer aos interessados no assunto 2 (dois) textos: 

- o primeiro texto traz a impressionante descrição que o Dr. Smith fez sobre o local onde o fato ocorreu, sobre a atitude dos ouvintes - de profundo silencio e atenção e, mais impressionante ainda, sobre a forte, solene e carismática personalidade do orador e, finalmente, sobre a forma com que a fala foi proferida. De fato, o cenário descrito faz com que nos perguntemos se aquele não foi um daqueles raros e mágicos momentos da história da humanidade em que um coração forte, sensível e inspirado, consegue verbalizar palavras que chegam fundo no coração de outros homens. Mesmo que estes outros homens, como nós, tomem conhecimento daquelas palavras muitos e muitos anos depois... Confirmando o que disse Seattle: “Minhas palavras são como as estrelas, que não empalidecem”. 

- o segundo texto é o pronunciamento do cacique propriamente dito. A versão que apresentamos é a tradução de uma das mais famosas versões divulgadas durante a década de 70. A foto do Grande Cacique Seattle (1787-1866) é de autoria de E.M.Sammis: seu original encontra-se na “Special Collection” da Universidade de Washington, sob o nº NA 1511. 

Ambos os textos, do artigo do Dr. Henry A. Smithe e do pronunciamento em si, foram obtidos, em inglês. 

O texto do artigo do Dr. Henry Smith, que se encontra logo abaixo, foi traduzido pela equipe de Floresta Brasil diretamente do artigo original, publicado em inglês em 1887, que se encontra na seção em língua inglesa de nossa página. 

"O velho cacique Seattle era o maior índio que eu jamais havia visto. E o que tinha aparência mais nobre. Em seus mocassins, ele media mais de 1,80m, ombros largos, tórax amplo e traços finos. Seus olhos eram grandes, inteligentes, expressemos e amigáveis quando em repouso, e espelhavam fielmente os variados estados de espírito da grande alma que olhava através deles. Normalmente ele era solene, calado e digno, porém nas grandes ocasiões movia-se na multidão como um Titã entre Liliputianos, e o que dissesse era lei. 

Quando se levantava para falar, em reuniões, ou para oferecer conselho, todos os olhos se voltavam para ele, e então frases profundas, sonoras e eloqüentes fluíam de seus lábios assim como trovões de cataratas fluindo continuamente de fontes inexauríveis. Suas diretrizes soavam tão nobres como teriam soado aquelas do mais cultivado chefe militar que estivesse no comando das forças de todo o continente. Nem sua eloqüência, nem sua dignidade ou sua graça haviam sido adquiridas. Elas eram tão próprias da sua personalidade quanto as folhas e as flores o são em um pessegueiro em flor. 

Sua influência era maravilhosa. Ele poderia ter sido um imperador, mas todos os seus instintos eram democráticos, e ele comandava os seus leais cidadãos com suavidade e com paternal benignidade. 

Ele sempre era alvo de especial atenção pelo homem branco, principalmente quando sentado à sua mesa. Era nessas ocasiões que ele demonstrava, mais do que em qualquer outro lugar, o cavalheirismo que lhe era genuíno. 

Assim que o Governador Stevens chegou em Seattle e disse aos nativos que tinha sido indicado com comissário para assuntos indígenas para o território de Washington, estes lhe prepararam recepção frente dos escritórios do Dr. Maynard's, na margem próxima da Rua Principal - Main Street. A baía enxameava de canoas enquanto a margem esta tomada por uma morena e movimentada massa humana. Quando o timbre de trombeta da voz do velho cacique espalhou-se sobre a imensa multidão como o rufar de um tambor, formou-se um silêncio tão instantâneo e perfeito como aquele que segue o crack do trovão em um céu limpo. 

Sendo então apresentado à multidão nativa pelo Dr. Maynard, em um tom conversacional, direto e objetivo, o Governador deu imediatamente início a uma explanação sobre sua missão, que é conhecida demais para que requeira recapitulação. 

Quando ele se sentou, o cacique Seattle levantou-se com a dignidade de um senador que carrega em seus ombros a responsabilidade sobre uma grande nação. 

Colocando uma mão sobre a cabeça do Governador, e lentamente apontando para o céu com o dedo indicador da outra, em tom solene e impressionante, começou seu memorável pronunciamento. 

Fonte: "Trechos de um diário: O Cacique Seattle: Um cavalheiro por instinto". 10º artigo da série “Primeiras Reminiscências” - Seattle Sunday Star, 29 de outubro de 1887 do articulista Henry Smith (tradução livre, pela equipe de Floresta Brasil). 

O pronunciamento do cacique Seattle.


(discurso pronunciado após a fala do encarregado de negócios indígenas do governo norte-americano haver dado a entender que desejava adquirir as terras de sua tribo Duwamish). 

O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, o grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade. 

Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. 

Minhas palavras são como as estrelas que nunca empalidecem. 

Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho. 

O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem - todos pertencem à mesma família. 

Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada. 

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar d'água é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão. 

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe - a terra - e seu irmão - o céu - como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto. 

Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende. 

Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das assa de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende; o barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro. 

O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem. 

O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores campestres. 

Assim, pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. 

Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida. 

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. 

Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados; para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra - fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios. 

De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará. 

Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará, para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso. 

Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver, de uma coisa sabemos que o homem branco venha, talvez, um dia descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra; mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual sua piedade para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por ele, e causar dano à terra é cumular de desprezo o seu criador. Os brancos também vão acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuas poluindo a tua cama e hás de morrer uma noite, sufocado em teus próprios desejos. 

Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força de Deus que os trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será, quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas de odor de muita gente e a vista das velhas colinas empanada por fios que falam. Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado. Onde estará a águia? Irá acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será o fim da vida e o começo da luta para sobreviver. 

Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez, possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós a amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe. 

Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Proteje-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse: E com toda a tua força o teu poder e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.

Fonte: UFPA

terça-feira, 15 de maio de 2012

O brasileiro merece...

Para um povo que se orgulha de não ter memória, para o beneplácito da classe política que se utiliza deste orgulho nacional para emplacar a cada eleição a bancada dos bandidos de fio a pavio ou de câmaras municipais ao senado nacional o advento da internet veio para azedar literalmente o pé do frango desta politicada sem vergonha que ano após ano conseguem manobrar a já esquálida capacidade cultural e intelectual da população desta aldeia de índios metido a pais emergente e de crescimento econômico pujante, mas de distribuição de renda digno de pena. 

Para quem acha que estamos em tempos de democracia e de crescimento acelerado esta reportagem da revista Veja vem a calhar para reavivar a memória dos admiradores dos PTralhas rouges fascistes e dar um alerta a quem pretende fazer merda diante da urna eletrônica no próximo dia 7 de outubro votando em candidato a vereador sem qualificação ou em candidato a prefeito por conveniência. 

A base de sustentação dos canalhas instalados nas capitais dos estados e no planalto central sob as asas da imunidade parlamentar e com as chaves do cofre da nação esta bem aqui na Câmara Municipal e no gabinete do Morro do Elefante. 

A matéria da Veja (integra aqui) traz a tona a relação dos escândalos dede 1985 até os dias de hoje uma lição de historia que deveria fazer parte da grade curricular de todas as escolas de 5ª série em diante.

Leia reflita e lembre que nossa cidade faz parte desta nação coalhada de escândalos e de roubalheira, talvez assim você comece a entender que em um país onde se rouba um bilhão, em um estado onde se rouba um milhão porque não haverá cidade que rouba um tostão? 

E lembre-se você pode estar elegendo hoje o corrupto de amanhã.