Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O Brasil é um país de cultura rica e de artistas pobres.

O destempero machista e preconceituoso do “Rei do Forro” Alcymar Monteiro, artista do qual praticamente ninguém nunca ouviu falar, o que prova a sua grande importância para a sobrevivência do forró no Brasil, em um áudio vazado onde o dito artista destila todo seu ódio regionalista pela cultura sertaneja, representada pela cantora Marília Mendonça e  toso seu desrespeito pelo resto do país, quando afirma que ela canta somente para “cachaceiros”, prova o quanto nossos artistas são rasos em suas avaliações e despreparados intelectualmente para tecer comentários fora dos palcos e sobre assuntos que não dominam.

Talvez seja por isso que a grande maioria dos artistas defensores de Dilma resolveram enfiar suas violas no saco e tirar seu time de campo, assim que perceberam que a população não se submete mais a manipulação de seus “ídolos”.
    
O tal “Rei do Forró” deveria saber que o Brasil não é dividido entre nordeste e o resto, somos uma única nação e todas as tradições são antes de tudo e acima de tudo brasileiras.

Impor a sua cultura a fórceps ao público presente as festas joaninas no nordeste demonstra somente o quão pequenos estão dentro de seu próprio ambiente. Ao invés de proibirem outros artistas de divulgarem a sua cultura, deveriam se perguntar o que fizeram com a sua.

Mesmo pego em flagrante, o forrozeiro não sustentou sua postura grosseira, machista e preconceituosa, o que torna a postura desta figura mais lamentável ainda, principalmente por se tratar de uma pessoa que não demonstra firmeza nem mesmo em suas próprias palavras, mesmo que gravadas.

O verdadeiro artista não impõe fronteiras em sua obra, não impõe censura ou define se o trabalho de outro artista é bom ou ruim e sabe muito bem que os únicos que têm o direito de escolher o querem ouvir, quando ouvir e onde ouvir é o público.

No mais, informo a este senhor que apesar de ele e de alguns outros artistas, alguns deles admirados em todo o país, terem fechado as portas do nordeste – como se tivessem poderes para isso - para as tradições e para os artistas do resto do Brasil, o resto do Brasil continua de portas e braços abertos para todos os ritmos e todos os artistas deste grande país, como sempre foi, como é e como sempre será.

Ainda bem que o forró e o nordeste são muito maiores que este senhor.


terça-feira, 13 de junho de 2017

O transporte público e o monopólio da incompetência. - A Tribuna

Mais do que um serviço oferecido à população, a mobilidade urbana é direito do cidadão e um dever do estado. Porém, como sempre, Campos do Jordão contínua acelerando na contramão da história.

Apesar de ser um monopólio, o transporte público jordanense contínua deixando muito a desejar.

A baixa qualidade dos serviços oferecidos pela única empresa de transporte coletivo da cidade vai desde o sucateamento de sua minúscula frota, que ainda não oferece aos usuários serviços básicos como ar condicionado e wi-fi, passando pela superlotação dos veículos nos horários de pico até os constantes atrasos que acarretam enormes transtornos e prejuízos a estudantes e trabalhadores da cidade, que sem alternativa têm de se submeterem aos caprichos da empresa.

Além destes problemas que são velhos conhecidos dos usuários do sistema, a falta de novas linhas para alguns bairros também são problemas que se arrastam há décadas.

Mesmo tendo uma das mais altas tarifas do Vale do Paraíba, a empresa responsável pelos serviços não consegue oferecer um serviço de qualidade a população, e as desculpas são as mais variadas possíveis, sendo as principais: o desgaste dos veículos, o gasto elevado com combustível devido a topográfica da cidade e a falta de manutenção das ruas.

Apesar de verídicas e razoáveis, estas alegações não podem servir de desculpas pelo péssimo serviço oferecido, exatamente por conta do monopólio que esta nas mãos da referida empresa.

Se por um lado os usuários estão presos eternamente a uma única empresa que determina segundo as suas vontades as regras do transporte público dentro da cidade, por outro, como sempre, temos uma Comissão Tarifaria displicente.

Constituída por força do Decreto Municipal 7513/15 de 18 de Dezembro de 2015, ninguém nunca teve notícias dos trabalhos desta comissão, que apesar de contar com 10 membros, assim como todas as demais comissões e conselhos da cidade é somente para inglês ver, pró-forma.

Serve somente para chancelar e dar “ares de legalidade” as vontades tanto do executivo quanto da empresa.

Da mesma forma que toda unanimidade é burra, todo monopólio é indecente.