Síndrome de Estocolmo é o
termo dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há
um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo a cultivar
um sentimento de amor ou amizade pelo seu agressor.
E o que isso tem a ver com
perseguição politica? Explico:
Criou-se no imaginário politico que
aqueles que criticam contundentemente, mas não elogiam os políticos eleitos ou
os políticos nomeados quando estes simplesmente fazem a sua obrigação que é a
de servir, e servir bem a população, estão perseguindo politicamente estas
pessoas.
Esta afirmação ou somente a sua insinuação
seria considerada surreal em qualquer lugar do mundo, mas no brasil... Nada
mais sui generis no país das jabuticabas, não é mesmo!
Como uma pessoa que não é filiada a
partido ou partícipe de grupos políticos, que nunca ocupou cargo em comissão,
pleiteou ou teve cargo eletivo pode ser acusada de perseguir politicamente
alguém?
Uma absoluta inversão de valores,
mas que faz bem aos políticos no poder – e se faz bem, porque não se utilizar de
tal expediente?
E é exatamente ai que a tal
Síndrome de Estocolmo entra na historia.
Raramente um politico profissional
lança mão deste artificio para se defender porque “pega mal” esta postura de coitadinho perante o eleitorado quebra
o glamour do poder que os cargos lhe conferem.
Neste momento entra em cena aquela
figura conhecida dos militantes de carteirinha, ou pior ainda; aqueles que
figurão entre os inocentes úteis da politica.
Aqueles que são sistematicamente
usados e pagos com longos abraços e insistentes tapinhas nas costas e lógico...
Com alguns segundos da atenção de seu politico predileto para tirar uma foto, sempre
na esperança de um dia participar de seu circulo intimo de amizades.
São justamente estas figuras que
alimentam esta lenda urbana de que politico merece elogio. Merece
reconhecimento pelo bom trabalho que deveria fazer sempre, e que faz
esporadicamente.
Demonizam os que cobram seriedade e
respeito da classe politica e glorificam o cumprimento do dever do estado,
demostrando claramente a admiração que cultivam por seu algoz – alguma
semelhança com o comportamento dos acometidos pela tal síndrome?
Mas como diagnosticar alguém sem os
devidos diplomas legais pode ser considerado charlatanismo e pratica ilegal da
medicina, nunca direi que conheço alguém que sofra deste mal, mas afirmo que
conheço muitas pessoas “exóticas” na cidade.