Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Apertem os cintos... Os vereadores sumiram!

Enquanto a chapa esquenta por toda a cidade e a batata assa dentro do Gabinete os vereadores continuam viajando na maionese na Câmara.

A crise na saúde somente aumenta a cada pronunciamento oficial seja da assessoria de imprensa ou do próprio prefeito, a promotoria atenta as angustias da população mostra que esta a par dos verdadeiros acontecimentos e tenta mediar a todo custo a caótica situação sem causar maiores estragos.

Diante desta baderna que se tornou o setor da saúde da cidade somente três vereadores vieram a publico e tomaram algum tipo de atitude e nenhum deles faz parte da Mesa da Câmara que alheia aos anseios da sociedade e totalmente na contramão da realidade da cidade preferiu se debruçar sobre o Projeto de Lei 71/2014 que dispunha sobre o aumento de salario dos vereadores para a legislatura 2017-2020.

Enquanto o executivo enxugava gelo e a saúde derretia, na quinta sessão extraordinária do ano acontecida no dia 21 de outubro em plena crise do Hospital São Paulo a Câmara longe da atenção do publico em segunda votação transformou o projeto 71 em Lei...

Desta maneira a partir de 2017 os vereadores deixaram de ganhar os quase quatro mil reais de hoje para receber mais de seis mil reais.

Completamente fora de sintonia com os seus eleitores uma das raposas felpudas da Casa na sessão da primeira votação tomou a palavra na tribuna para exaltar a coragem dos membros da mesa em propor o aumento dos vencimentos dos vereadores neste momento e para alertar seus nobres colegas sobre as pressões que estariam por vir das redes sociais e dos jornais locais depois do fato consumado.

O pitoresco politico resolveu ressuscitar seu antigo, rançoso e repetitivo discurso rotulando os blogueiros da cidade que ousam criticar a ineficiência da Casa e apontar as falhas dos vereadores de “políticos frustrados”.

Um verdadeiro escarnio diante da delicada situação por que passa a população que se encontra em meio ao fogo cruzado de uma guerra politica em que a saúde esta sendo alvejada de morte por todos os lados.

Se esquece o politico profissional e seu principiante colega que a principal função dos vereadores não é a de doar medicamentos quando a saúde vai mal, mas sim de fiscalizar o executivo para que a saúde não seja a primeira a necessitar de remédio.

Infelizmente no Brasil o cidadão de bem não tem lá grandes escolhas, pois o voto por aqui é obrigatório; por outro lado na pior das hipóteses esta absurda imposição da todo o direito do mundo deste reclamar o quanto e quando quiser.

E convenhamos... Motivos para reclamar de politico nesta cidade é que não faltam.

Abernéssia Futebol Clube, uma tragédia anunciada.

Virou cinza na madrugada do dia 29 de outubro boa parte da historia jordanense.

Apesar de já esperado, o fatídico fim do Clube Abernéssia acabou gerando muita indignação na cidade pela forma como tudo aconteceu.

Abandonado há anos à sede do Clube Abernéssia vinha sendo motivo de inúmeras reclamações e da preocupação de boa parte da população, não foram poucas as vezes que seu abandono foi destaque das capas dos principais jornais da cidade que já previam há muito tempo a tragédia.

Apesar da importância histórica do clube praticamente nada podia ser feito pelo poder publico para resolver sua insolvência, mas a administração pecou no tocante a manutenção de seu prédio se observasse a Lei de Posturas da cidade.

Alvo de uma infrutífera e ainda muito mal explicada tentativa de desapropriação anos atrás segundo nota oficial da prefeitura o futuro do Clube vinha sendo discutido pelo poder publico e pela atual diretoria.

Por mais uma vez chegaram tarde e as chamas se antecipando a inercia de ambos por fim consumiu o que sobrou das lembranças da maioria dos jordanenses.

O incêndio que destruiu a sede do tradicional Clube Abernéssia trouxe a tona mais do que o abandono e o descaso de sua atual diretoria e do poder publico para com o patrimônio histórico, cultural, social e arquitetônico da cidade, evidenciou também o total e completo sucateamento dos equipamentos disponibilizados a corporação dos Bombeiros da cidade.

Sem equipamentos adequados para combater o incêndio com mangueiras curtas, danificadas e sem uma viatura adequada para executar seu trabalho os Bombeiros praticamente se tornaram meros expectadores do sinistro.

Prova cabal da incompetência generalizada que assola a cidade foi o aterramento da válvula do único hidrante próximo do local pelas obras de revitalização do entorno do prédio abandonado.

Relatos de testemunhas do incêndio dão conta que os Bombeiros tiveram de cavar em volta do hidrante por quase uma hora até localizar a válvula para liberar a agua tempo que foi determinante para o alastramento das chamas decretando a completa destruição do prédio.

Seria compreensível um contratempo desta natureza se o fato não fosse recorrente, pois em todos os atendimentos a incêndio ocorridos na cidade os Bombeiros encontram sempre os mesmos problemas com equipamentos e hidrantes.

Nem a historia, e muito menos o prédio poderá ser recuperado, cabe agora a nós jordanenses de nascimento não deixar que o que sobrou de nossa cidade tenha o mesmo fim.

Saúde! Prioridade zero.

Se alguém me dissesse hoje que a saúde de Campos do Jordão esta na UTI em estado grave eu sinceramente ficaria aliviado! Afinal se realmente ela estivesse lá ainda poderíamos ter uma tênue esperança de recuperação.

Mas como todo jordanense sabe que não existe UTI na cidade, que o atendimento no Pronto Socorro sempre deixou a desejar e que o ultimo dos “moicanos” o Hospital São Paulo esta praticamente de portas fechadas eu diria que no momento ela se encontra no corredor da morte.

E apesar dos inúmeros adiamentos o dia de sua execução não tardará, para tanto a mistura letal já esta sendo lentamente administrada no condenado Hospital, uma combinação fatal: politica, poder e vaidade.

Como bem disse o Promotor o caso é complexo...

Todos os lados têm as suas justificativas para se defender e para atacar, mas nenhuma delas tem a solução para os problemas.

Antes de engrossar o coro dos descontentes com os administradores passados e com o presente lhes imputando a culpa pela má gestão financeira da entidade levo em consideração que a prefeitura deve ter feito a sua lição de casa, seguindo a risca todo o rito legal que o contrato exigia antes de ser assinado o pacto, e que observou todas as Leis pertinentes, em especial a Lei Federal 8.666/93 que exige da entidade prestadora de serviços à municipalidade comprovação de sua saúde financeira.

Desta maneira presume-se que no ato da assinatura do contrato tudo estava regular e que a entidade gozada de robustez econômica, assim evidencia-se que os problemas financeiros surgiram depois de firmado o pacto - o que vem de encontro com os números apresentados pelo Promotor logo no inicio de sua entrevista ao Jornalista Claudio Borges na radio local.

É claro que a prefeitura não é a única culpada pelo declínio financeiro da entidade, porem é fato também que ela tem uma grande parcela de responsabilidade pelo atual caos financeiro do Hospital, e contra fatos não existem argumentos.

No momento o que se espera dos envolvidos na contenda é a rápida e satisfatória solução do empasse sem maiores prejuízos a população.

A prefeitura já solicitou a Promotoria de Fundações uma auditoria nas contas da entidade a fim de lançar luz sobre o caso, desta maneira seria muito interessante para o processo de transparência que a prefeitura também se submetesse a uma auditoria para saber se a origem dos problemas ou parte deles não tenham ali suas raízes.

Afinal com bem disse um dos apoiadores governistas em rede social: “Quem não deve, não teme”!