Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Recesso.

“A política é a condução dos negócios públicos para proveito dos particulares”
Ambrose Bierce

A não ser por poucos sortudos que podem emendar o Natal ao Fim de Ano e a eles mais alguns dias pegando no batente somente na segunda dia 6 de janeiro a esmagadora maioria dos trabalhadores do país já estavam com as mãos na massa no primeiro dia útil do ano.

Fato normal para quem tem responsabilidades e um mínimo de noção a respeito da realidade do mundo e principalmente do país em que vive.

Mas a realidade não é um quesito levado em consideração pelos vereadores de Campos do Jordão que se encontram em recesso desde o fim de dezembro de 2013, recesso que se estenderá até fevereiro de 2014, salvo uma ou outra convocação extraordinária lembrando sempre que em julho também existe recesso.

Somados estes dois períodos nossos vereadores tem oficialmente cerca de 55 dias de férias devidamente remuneradas por ano.

Se considerarmos que no ano inteiro de 2013 tivemos exatas 30 sessões plenárias entre ordinárias e extraordinárias que duram em média de três a quatro horas cada, aliado a um soldo mensal de quase quatro mil eu poderia dizer que este é sim o emprego dos sonhos de qualquer jordanense, ainda mais quando vemos o conteúdo prático dos projetos ali colocados em discussão.

Em uma análise bem simplista, me dou este direito porque aqui apesar de a sua opinião ser levada a sério é sempre bom lembrar que é um espaço pessoal, um diário onde esta registrada as minhas opiniões sem o compromisso formal de um meio de comunicação convencional de ouvir todos os lados e blá, blá, blá...

Voltando a análise simplista. Considerando um ano normal com 365 dias se tirarmos os 19 feriados e os sábados e domingos teremos 242 dias úteis destes tiremos os 55 de férias de nossos nobres vereadores. Ficam 187 que divididos pelas trinta sessões dão na média 6 dias entre uma e outra.

Sejamos sinceros! Uma cidade do porte de Campos do Jordão não precisa de uma câmara de vereadores nestes moldes. É muito cara e simplesmente não funciona.

Na prática, nosso legislativo é um mostro burocrático lento e que manca das duas pernas.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Frota milionária *

“No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que ninguém controla”
Roberto Campos

O sucateamento da frota de veículos da prefeitura é uma realidade e a solução deste real problema exigia uma certa celeridade, porém a solução achada pelo PSDB local foi a mais acertada?

Sim e não!

Sim, porque em momentos de extrema necessidade, uma calamidade pública! Coisas devem ser feitas se não para solucionar definitivamente, pelo menos para amenizar o problema coletivo. 

E não, porque não se resolvem problemas desta monta os varrendo para debaixo do tapete e menos ainda porque o problema da frota não era caso de calamidade a ponto de comprometer quatro milhões de nossa verba anual.

O abandono material da frota é a prova da indiferença que as administrações (passadas/presente) tinham e tem com o bem coletivo e o sucateamento físico dos veículos a prova da incompetência e da falta de compromisso dos funcionários dos departamentos responsáveis pelo patrimônio público.

Falta esta que deveria ser solucionada com a simples aplicação da Lei instaurando uma comissão processante administrativa disciplinar para se apurar possíveis falhas na manutenção dos veículos oficiais e apurando-se os fatos e se for o caso, aplicar a pena capital prevista no artigo 132 inciso X da Lei 8.112/90.

Mas em uma manobra pirotécnica e paliativa sem nenhuma criatividade e se mostrando mais dos mesmos a nova administração achou por bem ao invés de moralizar a coisa pública admitir e oficializar a sua incompetência terceirizando a peso de ouro a frota municipal.

Segundo o Diário Oficial são R$ 4.075.800,00 pelo aluguel de 63 veículos pelo prazo de 12 meses.

Para uma cidade que segundo o próprio prefeito herdou uma divida milionária, quatro milhões de reais me parece ser muito dinheiro.

O que a primeira vista parece ser um negócio da China nada mais é do que um descalabro financeiro e administrativo.

Em uma conta simples podemos verificar que cada veículo na média custará aos cofres públicos da cidade mais de 5,3 mil reais por mês.

Se levarmos em consideração que o salário de cada vereador da cidade não chega a isso, podemos dizer que a frota de veículos oficiais de Campos do Jordão equivale a uma Câmara com 63 vereadores com direito a um assessor.

Se para muitos a nova frota de veículos da prefeitura é uma conquista para mim não passa de gestão temerária tendo em vista que além do auto custo de cada veículo no término de um ano e com quatro milhões a menos no caixa da prefeitura, a cidade pode ficar da noite para o dia literalmente a pé.

O mais engraçado desta historia toda é que ninguém se deu conta até agora de que com cinco mil reais por mês qualquer cidadão jordanense consegue manter com bastante folga além de um veículo em boas condições toda uma família. É bom pensar nisso.

Se com água e sabão se remove 90% da beleza de uma mulher com um mínimo de bom senso cai por terra 100% da propalada competência da nova gestão.

Campos do Jordão continua como uma charrete que a muito perdeu seu condutor.

*Post reproduzido no Jornal Tribuna em 24/01/2014.