Depois da inauguração da Rodovia
Floriano Rodrigues Pinheiro (SP 123) no final da década de 70, Campos do Jordão
sofreu um “bum” em seu crescimento populacional que não foi acompanhado pelas
administrações.
Nestes últimos anos a cidade foi vítima
de administrações fracas e incompetentes, que acarretou a população da cidade
um enorme déficit social que será o grande desafio que o próximo prefeito terá
de enfrentar a partir de sua posse no dia 1º de janeiro de 2017.
O Jornal A Tribuna destaca a partir
de agora quais são os principais desafios do próximo prefeito de Campos do
Jordão:
Economia: O Brasil se aproxima de
sua pior crise financeira desde a implantação do Plano Real em 1994, somando
isso as administrações temerárias que a cidade foi vitima nos últimos anos, o
próximo prefeito muito provavelmente herdará uma divida astronômica e uma
prefeitura completamente desorganizada economicamente.
Sem recursos próprios e sem ter de
onde tirar, a primeira ação da nova administração deverá ser no enxugamento da
maquina pública, diminuindo seu quadro de servidores e cortando gastos e
secretarias. Um remédio amargo, mas necessário que deverá ser parcimoniosamente
dosado para não matar o paciente.
Educação: Com a redução no quadro
de professores e funcionários, a educação tem sofrido um desgaste e uma perca
de qualidade sensível nas últimas décadas, os professores ainda lutam por seu
plano de carreira e a merenda não tem uma qualidade permanente, e os
investimentos em uniformes e matérias didáticos ainda deixam muito a desejar.
O maior problema a ser enfrentado nesta
área pode não ser o econômico, mas sim de gestão.
Infraestrutura: Com seu
departamento de obras completamente desmantelado há anos, o próximo prefeito
não contará com maquinário e nem com mão de obra o suficiente para fazer frente
às necessidades prementes da cidade.
O novo prefeito terá e reinvestir
rapidamente em máquinas e equipamentos e reconstruir seu quadro de servidores; o
grande desafio a ser encarado é como equacionar esta necessidade com os cortes
em investimentos e funcionários.
Esporte: Apesar dos resultados
relevantes em alguns esportes coletivos e individuais, o esporte da cidade se
encontra em estado de calamidade.
O único ginásio de esportes da
cidade não tem condições de receber grandes eventos e necessita a muito tempo
de uma reforma geral, e os dois campos de futebol da cidade a muito tempo não
tem uma manutenção a altura.
Os investimentos na área de esporte
na cidade são praticamente inexistentes, chegando ao ponto de ter de cancelar
tradicionais torneios e campeonatos por falta de verbas.
Além de todos estes obstáculos, o
maior problema a ser enfrentado no esporte e o término da construção do Centro
de Esportes de Alto Rendimento, que ao invés de estar recebendo atletas para a
próxima Olimpíadas, e estar servindo de atrativo para outros investimentos na
cidade, se tornou em um enorme elefante branco.
Cultura: Com um dos menores
orçamentos a pasta de cultura tem grande parte de seu orçamento anual
comprometido com a folha de pagamento, o que inviabiliza um aporte de peso aos
projetos culturais da cidade.
A dificuldade de se manter o Espaço
Cultural que é o símbolo maior da cultura jordanense em bom estado de
conservação e de funcionamento representa bem o momento difícil por qual passa
a cultura da cidade.
Nesta pasta o grande desafio do
próximo administrador é adequar o quadro de funcionários ao seu orçamento para
abrir espaço para investimentos nos vários projetos que se encontram ou
engavetados ou em fase de desmantelamento, como é o caso da Filarmônica da
cidade.
Habitação: A habitação não tem um
investimento relevante desde a década de 90 quando dois conjuntos habitacionais
e um residencial destinado à população de baixa renda foram construídos na
cidade.
A cidade não tem recursos próprios
para investir nesta área, e depende de investimentos federais e estaduais,
neste item o maior desafio será convencer tanto o governo federal quanto o
estadual que a cidade carece de um plano habitacional de grande porte para
reduzir o déficit habitacional da cidade.
Segurança pública: A segurança pública
é de responsabilidade única e exclusiva do governo do estado, porem a cidade
necessita urgentemente de um aumento tanto no efetivo militar quanto no civil,
a delegacia da cidade apesar de ter um prédio praticamente novo sofre com os
frequentes cortes em sua logística, e merece uma especial atenção tanto do
governo local quanto do estadual.
Por outro lado o prefeito pode
aumentar a segurança da cidade investindo pesado na Guarda Municipal e no Corpo
de Bombeiros, que se encontram em funcionamento de forma precária e amadora.
A solução dos problemas da
segurança neste sentido passa tanto pelo investimento direto do município, como
pelo bom relacionamento que o próximo prefeito deverá de ter com o governo do
estado para que este também faça a sua parte.
Transporte público: O transporte público
na cidade é um assunto bastante delicado. O monopólio do transporte público se
encontra concentrado nas mãos de uma única empresa, o que inviabiliza a instalação
de novas linhas, investimento em novos ônibus e no conforto dos passageiros.
A solução deste empasse talvez
esteja na realização de uma nova licitação, tendo em vista que o Tribunal de
Contas do Estado considerou a contratação da atual empresa irregular e na
liberação de formas alternativas de transporte dentro da cidade.
Turismo: A mola mestra da economia
local aparentemente nunca foi levada a sério por nenhuma administração. Seu
orçamento esta dentro os menores de todas as secretarias, e seus
administradores nunca foram qualificados ou interessados em realmente fazer a
diferença.
Dependente somente da região do
Capivari e do Festival de inverno e com seus principais pontos turísticos completamente
degradados Campos esta aos poucos perdendo seu atrativo.
Além da descentralização do
atrativo turístico e da recuperação dos pontos turísticos abandonados a nova
administração se deparará com outro grande problema a ser relacionado nesta área:
A enorme divisão que existe entre os empresários que exploram o turismo e
reduzir o custo Campos do Jordão que é considerado um dos mais altos do país.
Por fim chegamos ao maior desafio a
ser enfrentado pelo próximo prefeito: A saúde.
A falência da saúde não é
exclusividade de Campos do Jordão. Os cortes nos recursos federais e estaduais nunca
foi tão grande, o que dificulta a
manutenção dos serviços essenciais como o do pronto atendimento.
O sonho de ter a Santa Casa
novamente em funcionamento pode ter definitivamente acabado com a venda de seu
prédio para o pagamento de dividas trabalhistas, além deste grave problema o
funcionamento do único hospital da cidade esta em xeque.
Mal administrada durante décadas, à
saúde da cidade declinou de forma preocupante, e nos últimos meses corre o
sério risco de ser declarada em estado de calamidade pública e de sofrer uma
intervenção.
Sua recuperação sem duvidas será o
maior desafio do próximo prefeito, que deverá além de investir recursos
próprios também terá de conseguir o que nenhum outro prefeito conseguiu até
hoje, recursos federais e estaduais de grande porte suficientes para recuperar
e manter em funcionamento sem sobressaltos o último hospital da cidade bem como
o pronto socorro.
Os principais desafios a serem encarados
de frente pela próxima administração são os expostos acima, mas o próximo
prefeito não pode deixar de dar atenção a inúmeros outros desafios menores que
também não poderão ser deixados de lado.
Desta maneira não adianta o próximo
prefeito ser apenas um bom politico e ótimo administrador, terá também de
contar com um secretariado eficiente e comprometido com a recuperação da
cidade, e claro, com muita sorte.
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