Frase do dia

“Não sou contra o governo com o intuito de me tornar governo. Sou contra o governo porque ele é contra o povo”

Reginaldo Marques

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Intelectuais Copy-Cola.

Em Campos do Jordão um dos grandes problemas é a repentina competência que as pessoas conquistam quando exercem determinados cargos ou ocupam uma função estratégica dentro da sociedade.

Eu costumo chamar as pessoas que momentaneamente se “infectam” com o vírus da competência súbita um vírus endêmico de Campos do Jordão de “Intelectuais Copy-Cola”.

Prova desta teoria é a confusão gerada pela Lei Cidade Limpa votada e aprovada em Campos do Jordão no inicio do ano passado.

A Lei é realmente interessante e para Campos do Jordão muito importante pelo fato de contribuir para a manutenção das características da cidade que é a fonte mais importante de renda para o comercio da cidade.

Porem um detalhe não foi levado em consideração pelos doutos edis da cidade quando de sua propositura bem como de sua aprovação; afinal “Nem sempre o que é bom para os outros é bom para nós”, ou pelo menos neste caso seria no mínimo recomendável que a lei não fosse simplesmente colada do site da Câmara de São Paulo.

A Lei Cidade Limpa implantada na cidade de São Paulo em setembro de 2006 foi um marco na historia da Capital que tem características totalmente diferentes de uma cidade do interior.

E este sucesso acabou por atravessar fronteiras e para estes “Intelectuais Copy-Cola” se transformou em uma grande oportunidade de mostrar trabalho a seus eleitores.

A Lei jordanense apenas suprimiu artigos que faziam alusão a leis já existentes na Capital e alguns outros inaplicáveis em nossa cidade, mas creio que por um lapso de seu “autor ctrl+c ctrl+v” foi mantido o item X do artigo 13º e o artigo 25º na integra fato realmente interessante se levarmos em consideração que em Campos do Jordão não existe a mínima possibilidade de se registrar ou fiscalizar uma aeronave ou a possibilidade de se fazer um pedido eletrônico de licenciamento junto a prefeitura.

A pratica do ctrl+c ctrl+v nos parlamentos brasileiros é tida como normal e até acho que realmente não tem problema algum em se copiar um bom exemplo, mas acho intolerável não adequar a lei à realidade da cidade levando-se em consideração as características de uma comunidade interiorana onde se quer aprová-la e não simplesmente implantar a fórceps leis cabíveis somente a grandes centros.

Este comportamento arrogante dos “Intelectuais Copy-Cola” da vez que se acham realmente preparados para exercer suas funções acaba por gerar um estrago irreparável dentro da comunidade.

Nos links a seguir você terá uma idéia do que estou falando:

A Lei 3.192 de Fevereiro de 2009 de “autoria” do Vereador Paulo Carlos da Costa é copia fiel da Lei 14.223 de 26 de Setembro de 2006 votada e aprovada no plenário da Câmara de Vereadores de São Paulo.

Neste caso o vereador levou a serio a máxima de que no mundo nada se cria tudo se copia.

Um cidadão que dedicou sua vida inteira a um determinado ramo de atividade não vai saber legislar de maneira adequada a menos que se prepare devidamente para a nova responsabilidade.

E é exatamente ai que o bicho pega... O brasileiro não se prepara para exercer os cargos que pleiteia, a esmagadora maioria dos políticos deste país são “outodidatas”. Aprendem sua função naquele papo descompromissado na roda de amigos ou no boteco onde constrói sua base eleitoral e onde entre um copo e outro escreve seu “projeto de governo”.

Quando a população entender que determinados cargos e funções que acabam por influenciar nos destinos de uma cidade inteira devem ser confiados a pessoas que tenham conhecimento e competência para exercê-los e não os confiar a amigos de infância, ao funcionário público que quebrou um galho com aquele problema com a prefeitura, ao dono do boteco que abriu um crediário ou aquele cara que é um fenômeno de popularidade, muita coisa vai entrar nos eixos.

A função do vereador mais do que uma voz do povo dentro do executivo, da fiscalização do destino do erário, da autoria e propositura de leis é a de se tornar um mediador que antes de apoiar a implantação de uma lei ouça as partes envolvidas incentivando o dialogo, acalmando o ímpeto dos envolvidos na questão pavimentando uma estrada sólida para a tomada de uma decisão consciente e voltada somente aos interesses da população.

Pior que a cola mal feita da lei paulistana e sua afobada aprovação sem um exaustivo debate com a sociedade foi o Projeto de Lei 63/10 protocolado pelo Executivo na Câmara que isenta as empresas temporárias que sorvem as finanças da coletividade jordanense e por mais uma vez dá imorais privilégios ao comercio de Capivari, que acabou por se tornar um local completamente estranho e alheio aos problemas da cidade e ao jordanense.

Infelizmente o Embaixador Brasileiro na França Carlos Alves de Souza estava certo “O Brasil não é um país sério”.

Talvez seja porque até os dias de hoje ainda teimamos em ser legislados por “Índios”.


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