Não é segredo para ninguém que o
Brasil nunca foi um país admirado por sua seriedade, nem no primeiro e nem no
segundo império, e menos ainda na república velha ou na nova. Muito pelo
contrário! Sempre se empenhou em criar situações embaraçosas onde nossa credibilidade
como nação e principalmente como cidadãos civilizados fossem questionados mundo
afora.
E quem mais esta se empenhando em
levar esta “tarefa” às últimas consequências tem sido o Supremo Tribunal
Federal, que vem criando nestes últimos anos enormes constrangimentos e
insegurança não somente a classe jurídica, mas principalmente a população.
A última perola do STF, foi
produzida na tarde do último dia 17 de fevereiro, e rapidamente se tornou
destaque de todos os meios de comunicação do país.
Segundo o novo entendimento da
Suprema Corte Brasileira, todo réu pode começar a cumprir pena depois de
decisão de segunda instância, o que contraria o princípio da presunção da
inocência previsto no artigo 5º, inciso LVII da Constituição, e tornando inútil
o instituto do trânsito em julgado dos processos.
Estas anomalias jurídicas que estão
sendo criadas no plenário maior do STF nestes últimos anos, merece uma pesquisa
mais aprofundada por parte dos cientistas de todo mundo, afim de saber se não
existe oculto no DNA brasileiro uma espécie de microcefalia ainda não
identificada que ataca principalmente o intelecto dos componentes dos três
poderes.
Vejam bem. Não se trata aqui de
proteger a impunidade, ou exaltar as chicanas jurídicas, mas sim de respeitar a
Constituição, Lei maior e irrevogável no que se refere aos direitos e garantias
fundamentais e individuais inscritas em cláusulas pétreas.
Estas monstruosidades jurídicas
irão aos olhos do resto do mundo produzir daqui alguns anos cidadãos
brasileiros com biografias realmente incompreensíveis, tipo: “Fulano nasceu,
cresceu e morreu. E de 2020 a 2040 cumpriu vinte anos de pena em regime fechado
por um crime que a justiça mais tarde o "julgou" inocente”.
Desculpem-me, mas não precisa ser
Ph.D. em direito para saber que o problema não esta em que instância o réu deve
ser preso, e sim no enxugamento dos ritos processuais que oferecem centenas de
recursos, principalmente para aqueles que tem condições de contratar bons
advogados.
Certos acontecimentos na historia
de uma nação não dizem respeito à justiça, mas sim a sua moral.
E isso fica evidente quando
destacamos que muito antes de serem Ministros do STF todos eles são cidadãos
brasileiros, e por consequência são o fruto da moral e da justiça doente que
nossa sociedade produz diariamente.
A genuflexão dos poderes diante do
clamor popular nem sempre é digno de aplausos – considerando que nem sempre a
população tem desejo de justiça, mas sim “desejo de camarim”.
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