“Hecha la ley, hecha la trampa”
A grande maioria dos leitores do Jornal interpretaram a minha ultima coluna como uma despedida. Sinto muito comunicar que mão é bem assim... E para a infelicidade de muitos e desespero geral dos políticos da nação digo ao O Povo que fico!
Na verdade meus amigos lancei mão de uma metáfora (a despedida) para ilustrar que depois do porre cavalar de decepções a que o povo vem sendo exposto diariamente nos últimos tempos o melhor a fazer é despedir-se da seriedade e começar a tratar os homens públicos deste país com a mesma informalidade debochada que eles nos tratam desde sempre.
Não me despedi das críticas e muito menos abri mão de meu direito de livre expressão. Apesar da idade minhas presas ainda estão bem afiadas e meu estoque de veneno mais profuso que nunca.
Isto posto e tudo devidamente esclarecido vamos ao que realmente interessa:
O Brasil tem coisas que só a ele é peculiar. Assim como a jabuticaba endêmica de terras brasileiras outras estranhas situações somente aqui acontecem como a exigência do diploma de jornalismo, os intermináveis recursos jurídicos, faculdades que diplomam profissionais que não tem o direito de exercer suas profissões enquanto não tiverem a chancela de suas entidades de classe e Leis que não “pegam”.
Dentro desta constelação de esquisitices brasileiras temos como exemplo o programa mais médicos, onde o prefeito de Macaúbas (Bahia) disponibilizou um “palacete” com hidromassagem e piscina para hospedar as duas recém chegadas médicas cubanas, mas deixou de construir banheiros no posto de saúde onde estas mesmas médicas terão de atender a população pelos próximos três anos.
As contradições entre o que dizem as leis e a realidade vivida neste país chegam às raias do absurdo e agora se não bastasse estas incongruências jurídicas também estão colocando em risco a vida de quem elas deveriam proteger.
Prova da insensatez e da irresponsabilidade recorrente do estado brasileiro para com seus cidadãos é a Lei Maria da Penha.
A Lei que veio para ser um divisor de águas no combate a violência contra a mulher está se tornando uma armadilha fatal expondo as mulheres a perigos por vezes maiores do que vinham vivenciando antes de sua existência.
A Lei Maria da Penha está proporcionando as mulheres uma falsa sensação de segurança pelo simples fato de que após serem sistematicamente agredidas física e psicologicamente por seus companheiros e ao se sentirem “protegidas” por esta Lei e depois de tomarem a corajosa atitude de procurar ajuda, por falta de opção elas têm de voltar ao convívio de seus algozes, pois o estado não tem condições mínimas, sejam de infraestrutura ou de profissionais capacitados para amparar e proteger efetivamente estas mulheres depois de feita a denúncia o que logicamente as expõe a um perigo ainda maior.
Contra fatos não existem argumentos. Segundo o que o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apurou em uma pesquisa realizada neste ano após a edição da Lei em 2006 o feminicídio (morte da mulher por conflito de gênero) teve somente uma sutil redução, sendo que logo depois voltou a crescer normalmente.
Assim como
outras e porque não dizer todas as leis da nerverland tupiniquim esta
importante lei também não pegou, ou seja, o Brasil de papel segue sendo um dos
melhores do mundo, mas o Brasil de fato continua um fiasco.
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